O que a vista alcança

Lilian Alves
Assistente Administrativo

Imagens do que os meus olhos conseguem alcançar e, por razões que não saberia explicar, destacar a ponto de fotografar, na rotina residencial absolutamente comum e ordinária de uma habitante da periferia de uma das capitais da região Nordeste do Brasil. Uma rua estreita, com casas geminadas, algumas térreas, algumas com andares, outras por rebocar, e, às vezes, algum acesso ao céu em eventuais quintais que, não raramente, viram puxadinhos para algum membro da família alcançar o sonho da casa própria em construções geralmente realizadas por um sistema coletivo de auxílio mútuo entre a vizinhança, que chamamos de adjutório. As onipresentes máscaras de proteção respiratória, espalhadas pela casa, as quais uso principalmente no transporte público coletivo e em ambientes sem ventilação – porque a Covid-19 permanece entre nós. Há ainda a minha mão esquerda e as tatuagens que estão perto dela e, por fim, há a corriqueira presença de plantas, poucas delas eu sei o nome, mas invariavelmente chegaram aqui através de mudas ofertadas por vizinhos, parentes e amigos; e a presença de animais, no geral, sem raça definida, seja para nos alegrar, e, de vez em quando, nos irritar ou nos ignorar.